‘Espancava e dizia que ia matar’, diz mulher que testemunhou agressões contra cão em rua de Taquaritinga (SP)

Foto: Chico Escolano/EPTV

A dona de casa Kelli Silva, que testemunhou agressões contra um cão da raça pit bull em uma rua de Taquaritinga (SP), disse nessa quarta-feira (4) que o suspeito agia com violência e que a cena deixou os moradores revoltados.

“Ele arrastava o cachorro pela coleira, arrastava mesmo. Ele puxava, arrastava, batia dando murro na cabeça. Ele espancava, chutava, dizia que ia matar. Começou a xingar. Aquilo foi revoltante.”

O crime aconteceu na terça-feira (3), na Rua Otávio Cavalentino Martineli, bairro Jardim São Sebastião. Segundo Kelli, além de apanhar e ser arrastado, o animal estava em péssimas condições de saúde.

Outros moradores que viram a violência reagiram e foram para cima do agressor para retirar o cachorro dele.

A Polícia Militar foi chamada e ele acabou sendo detido e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Taquaritinga. Ele aparentava estar bêbado.

De acordo com o boletim de ocorrência, enquanto passava por atendimento na upa, o suspeito precisou ser contido mais uma vez porque ficou alterado. Na delegacia, ele recebeu voz de prisão por crime de maus-tratos contra animais.

Kelli e outros moradores buscaram ajuda de uma ONG e de uma clínica veterinária para socorrer o cachorro.

Foto: Chico Escolano/EPTV

Socorro

Segundo o médico veterinário Oswaldo Peretti Neto, o animal tem cerca de três anos, está anêmico e com uma infecção. Por causa das agressões, ele sofreu uma laceração entre os dados de uma das patas e também apresenta ferimentos nos membros traseiros.

“Ele está com a condição clínica muito abaixo do ideal porque está muito magro, muito abaixo do peso, o que caracteriza maus-tratos, e tem muitas escoriações pelo corpo, principalmente no membro pélvico direito, com uma lesão bem feia, onde precisou de curativo.”

O cão não apresentou fraturas e está recendo antibióticos e anti-inflamatórios intravenosos.

Peretti Neto afirma que o animal apresenta comportamento arredio, provavelmente reflexo das agressões às quais era submetido.

“É um animal muito receoso. Ao tocar nele, ele rosna. Por mais que aparente ser um cão dócil, ele tem muito medo. Ao manipular o animal ele quer rosnar, isso é muito compatível com animal que sofre maus-tratos, agressões.”

Recomeço

A dona de casa que ajudou no resgate chamou o cão de Thor. Kelli espera que ele se recupere logo para que possa adotá-lo.

“Onde cabem três [animais] cabe mais um. Não sei como vai ser, mas vai”, diz.

Kelli também espera que o suspeito pague pelo crime. Desde 2020, quem pratica atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães e gatos pode pegar de dois a cinco anos de reclusão.

“Isso, para mim, é crime, assim como perante a lei. Ele fez isso hoje e pode agredir uma criança, um idoso, ele pode fazer qualquer coisa. Que a lei seja cumprida. Se ela foi feita para crimes contra os animais, ela tem que ser cumprida.”

Fonte: G1